Presidente da empresa para a América Latina, Pablo Di Si foi o entrevistado de Ricardo Sapia

A eletrificação dos veículos é um caminho sem volta e a Volkswagen é uma das marcas que irá virar a “chavinha” para o modo elétrico no Brasil nos próximos anos. 

Em entrevista exclusiva e ao vivo a rádio Super 91,7 FM ontem, o presidente da Volkswagen para América Latina, Pablo Di Si, confirmou que a marca pretender lançar seis carros eletrificados no país nos próximos cinco anos.

Durante sua visita à sede da Sempre Editora, o executivo também confirmou para o início do segundo semestre deste ano o lançamento do Nivus, o SUV-cupê derivado do hatch Polo, menor que o T-Cross. 

Di Si também falou sobre as vendas diretas PcD, que estão mudando o cenário do mercado de veículos e fazendo com que as fábricas invistam nesta versão para portadores de deficiência. 

Argentino já morou em BH

Pablo Di Si é argentino, de Buenos Aires, começou sua carreira no grupo Volkswagen em 2014 e, antes disso, teve uma passagem pelo Brasil, onde viveu no período em que trabalhou na Fiat, em Belo Horizonte.

Graduado pela Harvard Business, também é formado em contabilidade e bacharel em administração, com especialização em finanças, pela Loyola University of Chicago.

Começo no futebol

O executivo número 1 da Volkswagen na América Latina tem no futebol seu esporte predileto. Na adolescência, chegou a jogar nas categorias de base do Clube Atlético Huracán, da Argentina, um dos grandes clubes do nosso país vizinho.

O executivo assumiu a presidência da Volkswagen para América Latina em setembro de 2017 e desde então vem promovendo muitas mudanças na companhia. 

Sua gestão vem sendo marcada pela atualização do “line up” da oferta de modelos da marca, que começou com o lançamento do VW Polo, seguido do sedã Virtus e ano passado do SUV T-Cross. 

O T-Cross já ocupa posição de destaque entre os mais vendidos de sua categoria, agora, vem aí o anunciado Nivus. O que se pode antecipar sobre este produto?

Pablo Di Si: Primeiro sobre o T-Cross, nos últimos dois meses é o líder do segmento SUV. Então, vamos continuar crescendo como produto. O Nivus, o SUV-cupê do Polo, vai ser lançado no início do segundo semestre desse ano. Mas o importante desse carro é que ele foi 100% desenvolvido aqui no Brasil. Tanto a parte de engenharia do produto, como toda parte digital do infotainment. Então, toda essa parte interativa entre o motorista e o carro foram desenvolvidos por brasileiros para os brasileiros, muito mais intuitiva.

Queria que você nos explicasse o fenômeno das vendas dos veículos PcD no Brasil, que é o segmento que mais cresce no mercado.

Pablo Di Si: Acredito que o segmento PcD é fundamental em qualquer país. Acho que o Brasil tem colocado uma política positiva porque as pessoas com deficiência precisam ter acesso aos veículos com desconto. E ao tirar impostos do carro, a elasticidade do segmento é maior e por isso estamos observando o crescimento deste segmento, que vai continuar crescendo principalmente entre os SUVs.

Em relação aos veículos elétricos, quais os planos da Volks para o Brasil nos próximos anos?

Pablo Di Si: O mundo automotivo vai virar elétrico e híbrido, a questão é saber em quanto tempo. E nós no Brasil precisamos começar a melhorar nossa infraestrutura. Ter postos de recarga para os elétricos. E nós começamos com vários projetos de colocar os ultracharges (os carregadores ultrarrápidos) desde o Espírito Santo até Santa Catarina. Então, nos próximos anos, estaremos instalando 30 postos de carregamento rápido em conjunto com Audi, Porsche, Aneel. E vai passar por Minas. A rota será Espírito Santo, Minas, São Paulo, Rio, Paraná e Santa Catarina. E o positivo disso é que você não vai precisar ser um cliente da Volkswagen para utilizar os postos, qualquer um vai poder carregar, com carro de qualquer marca. Nós vamos fazer isso com espírito de alimentar o Brasil com uma infraestrutura melhor.

E o senhor acredita que o processo de eletrificação veicular terá um fase de transição? Como ela acontecerá?

Pablo Di Si: A transição natural, no caso do Brasil, será o carro híbrido. Nos próximos dois, três, quatro anos, ele vai cumprir essa função. Nós do grupo Volkswagen planejamos nos próximos cinco anos, seis carros elétricos ou híbridos para o Brasil. Todos importados. Depois, a medida que formos instalando os carregadores elétricos, aí sim vamos trazer os elétricos.

O que senhor tem a dizer a respeito do adiamento do Salão do Automóvel de São Paulo 2020?

Pablo Di Si: Nossa posição sempre foi, nós queremos fazer o Salão do Automóvel, mas tem que ser um formato diferente. E estou falando não só do custo. Estou falando da experiência do consumidor, que hoje é muito mais digital. Que o cliente possa experimentar os carros, que possa ser vendido o veículo ou serviço dentro do evento.

 

 



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