Um carro elétrico em Portugal emite menos 66% dióxido de carbono (CO2) que um a gasóleo e menos 68% que um a gasolina, de acordo com os dados de um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E em Inglês), de que a associação ZERO é membro. Estas contas têm por base “o mais completo e realista estudo até agora feito sobre o ciclo de vida de carros elétricos, a gasóleo e a gasolina”, atesta Francisco Ferreira. E, explica o presidente da Zero ao Expresso, “põem um ponto final nas polémicas, uma vez que têm em conta o ciclo de vida destes veículos, associado à construção, materiais, baterias e consumo de eletricidade com o carregamento, com base no mix de produção do país”.

O estudo, divulgado esta segunda-feira, permitiu comparar de forma abrangente e prospetiva os diferentes tipos de motor em diferentes carros produzidos entre 2020 e 2030. No caso nacional, a comparação entre automóveis elétricos e a combustão tem em conta um modelo automóvel de média capacidade, de 2020, com uma vida útil de 225 000 quilómetros, emissões médias associadas à produção e distribuição de eletricidade em Portugal e a produção da bateria num país europeu com eletricidade produzida com reduzidas emissões de carbono. E conclui que as emissões totais de um automóvel elétrico seriam de 18,1 toneladas de CO2, enquanto que um a gasóleo emitiria 52,5 toneladas e um a gasolina 57 toneladas.

“A UE deve acelerar a transição para uma mobilidade de zero emissões e eliminar gradualmente os carros a gasóleo e gasolina até 2035, o mais tardar, em linha com a ambição climática do Pacto Ecológico Europeu”, sublinha Francisco Ferreira. Neste sentido, a ZERO apela “a mais incentivos na aquisição de veículos elétricos para relançar a economia de uma forma mais amiga do ambiente. E defende que o Estado “deve assegurar o apoio de 2250 euros na aquisição de veículos 100% elétricos”, incentivando o abate de veículos com mais de 15 anos.

Apesar de a indústria automóvel estar a acelerar a produção de veículos menos poluentes para cumprir os regulamentos impostos pela União Europeia para 2020 e 2021, a Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E) estima que a venda de automóveis elétricos aumente mais de 30 vezes na Europa na próxima década. “Isso significa que 97% dos carros elétricos que estarão nas ruas em 2030 ainda não foram vendidos (de 1,3 milhões de veículos elétricos no final de 2019 passaremos para 44 milhões em 2030)”, diz Francisco Ferreira.

Segundo o engenheiro do ambiente, “as evidências mais recentes, mostram que um automóvel elétrico médio na União Europeia já apresenta três vezes menor impacte de emissões que um carro convencional equivalente. E com a esperada descarbonização gradual da economia europeia, espera-se que os veículos elétricos se tornem cada vez mais limpos.

Segundo o novo estudo, “as evidências mostram que os carros alimentados com eletricidade com emissões médias da UE pagam a sua “dívida de carbono” da produção da bateria após pouco mais de um ano e economizam mais de 30 toneladas de CO₂ durante a sua vida útil em comparação com um equivalente convencional”, esclarece Francisco Ferreira.

A avaliação da federação T&E detalhada inclui o desempenho do ciclo de vida dos veículos elétricos, tendo em conta o carregamento, os cenários para descarbonização da rede elétrica, a pegada das baterias (que terão uma vida útil cada vez maior) e as emissões reais dos carros convencionais e não apenas as que resultam de testes laboratoriais.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here