Porsche Panamera Sport Turismo E-Hybrid (Foto: André Schaun/Autoesporte)

É difícil ver o Porsche Panamera 4 E-Hybrid Sport Turismo parado na garagem: dá vontade de colocar a cama de lado e dormir no banco de trás do carro mesmo. E de vez em quando, acordar no meio da madrugada só para dar uma mais uma olhada.

A perua esportiva na cor azul marinho, em tom metálico, é a tonalidade perfeita para destacar todos os detalhes em verde fluorescente na carroceria – principalmente na capa das pinças dos freios – que foi a cor escolhida pela Porsche para representar a eletrificação da marca.

Apesar de belíssimo, o Panamera híbrido traz com ele uma missão que talvez seja a mais difícil de todo o portfólio da Porsche.

De um lado temos os entusiastas que olham para os superesportivos e seus estrondosos barulhos do motor. De outro, os consumidores mais “tranquilos”, que não dispensam a esportividade, mas procuram mais conforto e partem para o segmento mais querido do mundo no momento: os SUVs.

Panamera 4 E-Hybrid Sport Turismo (Foto: André Schaun/Autoesporte )

Em 2019, dos 280.800 modelos da fabricante vendidos pelo mundo, 68,4% ficaram restritos aos seus SUVs. O Macan é líder de vendas, com 99.944 exemplares, e o Cayenne, vice-líder com 92.055.

Isso é a prova mais clara de que quem procura um carro familiar não tem mais olhos para as peruas – que era referência para as famílias até que a avalanche dos utilitários dominou o mercado.

Em marcas premium, como a Porsche, dificilmente seus clientes partem para outras montadoras na hora de trocar seus carros ou comprar um novo. Eles são altamente fieis.

 Porsche Panamera Sport Turismo (Foto: André Schaun/Autoesporte )

Portanto, o desafio do Panamera híbrido não é só mostrar que a motorização híbrida pode oferecer a esportividade que todo Porsche tem. É também resgatar a sensação de ter uma perua, familiar e espaçosa, sem ter que se render a um utilitário esportivo.

Visualmente, o Panamera tem a mesma identidade visual do restante da linha Porsche, trazendo mais semelhança com a oitava geração do 911, que desembarcou no Brasil há pouco mais de um ano.

Ele é praticamente uma versão perua do superesportivo, sem a mesma agressividade, obviamente, mas com muito mais espaço.

Panamera 4 E-Hybrid Sport Turismo (Foto: André Schaun/Autoesporte )

E, de fato, espaço é o que não falta. Na comparação com Macan e Cayenne, o Panamera é o maior de todos. São 5,04 m de comprimento, 1,93 m de largura, 1,43 m de altura e entre-eixos de 2,95 m.

De comprimento e entre-eixos, o Macan tem 4,68 m e 2,80 m, e o Cayenne 4,91 m e 2,85 m, respectivamente.

De porta-malas são 425 litros, um espaço bom, mas o Panamera fica longe da dupla de SUVs. O Macan tem 500 litros, enquanto o Cayenne tem respeitáveis 770 litros.

Dentro da linha Porsche, há muitas configurações do mesmo modelo, portanto, os preços variam bastante. No caso do Panamera, as versões híbridas vão de R$ 538.000 até R$1.260.000, a 4 E-Hybrid Sport Turismo, sai por R$ 551.000.

 Porsche Panamera Sport Turismo (Foto: André Schaun/Autoesporte )

O motor é um 2.9 V6 turbo de 330 cv e 45,9 kgfm, acompanhado por um elétrico de 136 cv e 40,8 kgfm, que combinamos somam 462 cv e 71,4 kgfm e permite acelerar de zero a 100 km/h em apenas 4,6 segundos.

O câmbio é o já conhecido PDK, de dupla embreagem e 8 marchas, distribuídos para os dois eixos pela tração integral. O modelo é capaz de percorrer uma distância de até 51 quilômetros no modo totalmente elétrico.

No segmento de peruas de luxo, seu principal concorrente é o Audi RS4 Avant, que é equipado com o mesmo motor 2.9 V6, mas entrega 450 cv e 61,2 kgfm e custa R$ 546.990. 

No interior, que tem todo o estofamento e o painel em um cinza quase branco, o Panamera traz todo luxo e requinte que enaltecem ainda mais aquela sensação de querer ficar admirando cada detalhe do carro.

A partida é do lado esquerdo, preservando o DNA de esportividade da Porsche. Mas, ao girar a ignição, todo o silêncio a bordo permanece, sem nenhum ronco assustador do V6.

Panamera 4 E-Hybrid Sport Turismo (Foto: André Schaun/Autoesporte )

Isso porque quando a partida é dada, automaticamente, o carro é iniciado com motor elétrico, sem emitir um ruído sequer. Isso pode ser mudado num instante, basta selecionar os modos de condução na tela touch de 12,3 polegadas.

São cinco tipos de modo de condução: E-Power, Hybrid, Sport, Sport Plus e Individual.

Quem olha para a perua de mais de 5 metros de comprimento e 2.190 kg de peso, jamais vai imaginar o quão ágil ela é, independentemente do modo de condução.

No modo E-Power, totalmente elétrico, é o ideal para andar na cidade, pois não gasta uma gota de gasolina e nem emite poluentes. Para quem deseja dar uma arrancada ou fazer uma ultrapassagem, não se preocupe, afinal, é um Porsche. 

 Porsche Panamera Sport Turismo (Foto: André Schaun/Autoesporte )

No modo Hydrid os dois motores trabalham em conjunto e o barulho do V6 leva um pouco mais de emoção ao conduzir. Neste caso, o motor a combustão também tem a funcionalidade de carregar a bateria por meio de desacelerações e frenagens. Mas há também a possibilidade de carregar a bateria na tomada de casa.

Já no modo Sport e Sport Plus, entra em ação o V6 barulhento, e é preciso ter muito cuidado com o pé, pois uma simples acelerada propulsiona um verdadeiro míssil que acaba causando um tranco no pescoço do motorista.

Os modos são mais aconselháveis para pegar a estrada, onde o limite de velocidade é maior. 

Seja qual for o modo de condução, a impressão é de estar em um carro muito menor e muito mais leve do que realmente é. Incrivelmente estável, a tração integral envia a força necessária para cada eixo automaticamente e a suspensão a ar faz o grandalhão deslizar suavemente no asfalto, filtrando bem as imperfeições das ruas de São Paulo.

Panamera 4 E-Hybrid Sport Turismo (Foto: André Schaun/Autoesporte )

A altura em relação ao solo é escolhida pelo próprio motorista através da central multimídia. É possível fazer qualquer combinação de altura com os modos de condução.

São três níveis de altura da suspensão, e uma dica para andar na cidade é não colocar o modo Sport Plus, que é nível mais baixo possível e fica bem próximo do solo. Apesar de o pacote de segurança fazer muito bem seu trabalho, o carro fica baixo demais e raspa constantemente nas irregularidades das ruas.

Em relação a consumo, que é a principal função de um carro híbrido, a Porsche divulga números impressionantes, realizando o equivalente a quase 30 km/l na cidade. 

O Panamera 4 E-Hybrid Sport Turismo é um carro que tem absolutamente tudo para alguém que busca desempenho, economia e espaço.

Em termos de estabilidade e sensação de agilidade, ele é superior aos SUVs da própria marca nessa faixa de preço, provando que as peruas ainda têm espaço no mercado, nem que seja apenas no segmento de luxo. 

FICHA TÉCNICA 

Motor a combustão: dianteiro, longitudinal, V6, 24 válvulas, 2.894 cm3, injeção direta, turbo, gasolina + motor elétrico dianteiro longitudinal

Potência: 330 cv a 5.250 rpm

Torque: 45,9 kgfm a 1.750 rpm

Motor elétrico

Potência: 136 cv 

Torque: 40,8 kgfm

Motor a combustão + Motor elétrico

Potência combinada: 462 cv de 5.750 a 6.000 rpm

Torque combinado: 71,4 kgfm de 1.400 a 5.500 rpm

Câmbio: Automático de dupla embreagem PDK de oito velocidades; tração integral

Direção: Elétrica

Suspensão: Independente braços sobrepostos (dianteira) e multilink (traseira)

Freios: Discos ventilados de cerâmica

Pneus: 275/35 R21 na dianteira e 315/30 R21 na traseira

Dimensões: 5,04 metros (comp.), 1,93 m (larg.), 1,43 m (alt.) e 2,95 m (entre-eixos)

Tanque de combustível: 80 litros

Volume do porta-malas: 425 litros (fabricante)

Peso: 2.190 kg

Central multimídia: 12,3 pol., sensível ao toque

   



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