Se alguém acha que as marcas tradicionais vão deixar a Tesla reinar sozinha no mercado dos carros elétricos e autônomos, está enganado. O CEO da Volkswagen, Hebert Diess, soltou declarou: “vamos desafiar a Tesla”. A marca alemã revelou planos para o segmento. A Volkswagen espera um grande impulso na mobilidade elétrica, com mais de 450 mil veículos elétricos entregues aos clientes em 2021, mais do dobro do volume de 2020.

A declaração do CEO da Volkswagen foi dada em entrevista à TV americana CNN. Foi uma repercussão do ‘Power Day’, em que a Volks revelou seus planos para o futuro, com objetivo de dominar o mercado em cinco anos, com abertura de seis fábricas de baterias na Europa.  “Volkswagen é a nova Tesla”, decretou o Financial Times em referência à empresa californiana que se tornou um modelo de inovação elétrica. E seu chefe, o “technoking” Elon Musk, deve ter cuidado com o “Technokaiser” Diess, avisa Bloomberg.

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“Nossa transformação será rápida, sem precedentes e em uma escala nunca vista na indústria automobilística em um século”, assegurou Diess. Muitos consideram isso possível. O especialista Tatsuo Yoshida, da Bloomberg Intelligence no Japão, considera que a VW tem “potencial” para prevalecer no mercado elétrico “em alguns anos”.

“A combinação de recursos financeiros e capacidade de produção torna a Volkswagen a melhor colocada” para atacar a Tesla, embora “não seja fácil”, disse à AFP Karl Brauer, analista do site Carexpert.

No ano passado, a VW se tornou a montadora de veículos elétricos número 1 da Europa, região em que as vendas de carros movidos a bateria dispararam graças aos limites mais rigorosos de emissão de dióxido de carbono. Após o lançamento do hatchback ID.3 em 2020, o híbrido ID.4 – primeiro modelo global baseado na plataforma elétrica da VW – está começando a chegar aos showrooms de Xangai a Chicago.

A Tesla está fazendo com o setor automobilístico o que a Netflix fez com a TV a cabo, acelerando a migração dos motores de combustão externa do mesmo modo que o acesso fácil a Breaking Bad e centenas de outros shows estimularam consumidores a passar a tesoura em seus contratos da Comcast (operadora de TV a cabo dos EUA).

Porém, do mesmo modo que a Netflix tem hoje um desafio crescente vindo de partes da velha guarda – pense em Walt Disney e HBO –, as montadoras rivais na disputa pela liderança estão começando a copiar as recém-chegadas. (Sem dúvida, as empresas de TV a cabo também têm pela frente a ameaça de companhias nos moldes de Amazon, Apple e Google, que nesta analogia são…Amazon, Apple e Google.)

Ainda que a Disney+ esteja anos atrás da Netflix, o serviço da Disney tem sido um sucesso absoluto com novas opções como O Mandalorian oferecidas em meio à oferta oceânica de clássicos Disney como Pinóquio, Toy Story e Mulan. Do mesmo modo, Diess vem conquistando investidores ao argumentar que a VW pode tirar proveito de algo que a Tesla ainda não tem muito: escala.

Do mesmo modo que Musk, Diess tem apostado alto em baterias e estações de recarga. Até 2025, a VW e seus parceiros terão mais de 35 mil carregadores públicos pelo mundo. Até porque um componente do acordo legal da empresa com os EUA e a Califórnia sobre as fraudes nos testes de emissões foi um compromisso de gastar US$ 2 bilhões promovendo plugues e construindo infraestrutura de recarga. Em 2017, a VW montou uma afiliada chamada Electrify America que hoje se gaba de ter a maior rede de recarga rápida dos EUA.

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