Diálogos da Transição: Rota 2030 destina R$ 270 milhões para inovação e eficiência energética na indústria automotiva

A indústria automotiva brasileira está passando por um momento de transição energética e reestruturação. Com isso em mente, o programa Rota 2030, que visa fomentar o desenvolvimento do setor, anunciou um aporte de R$ 270 milhões para investir em inovação e eficiência energética na cadeia de autopeças.

O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, durante um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília. Os recursos não reembolsáveis serão provenientes do Senai e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Este é o segundo aporte do tipo no programa, que passará a se chamar Mover – Mobilidade Verde.

A visão por trás deste investimento é que a indústria automotiva precisa se reinventar para ser competitiva no cenário de transição energética e no mercado internacional, garantindo o espaço dos biocombustíveis. Isso inclui a busca por alternativas sustentáveis, como o uso de biocombustíveis (etanol, biodiesel e diesel verde) e a adoção de tecnologias de eletrificação.

Ricardo Alban, presidente da CNI, ressalta a importância do Brasil investir mais em tecnologias para a reinvenção da indústria automotiva, citando o potencial do país no desenvolvimento de tecnologias como a célula de hidrogênio à base de etanol. Ele também destaca a vasta lista de opções que o Brasil possui para criar uma matriz automobilística compatível com suas demandas e particularidades nacionais, como os projetos da Shell para produção de bioenergia a partir do agave e as pesquisas para a produção de diesel verde com macaúba.

Além do investimento em inovação e eficiência energética, o programa Rota 2030 destinará R$ 133 milhões para apoiar projetos estruturantes. Senai e Embrapii publicarão um edital para selecionar propostas que envolvam alianças entre empresas e institutos de pesquisa, com foco em Indústria 4.0, digitalização, eletrificação e pequenas e médias empresas de tecnologia automotiva.

Enquanto isso, um grupo formado pelas maiores distribuidoras de combustíveis do país entregou ao MDIC uma proposta de reforma do RenovaBio, programa de descarbonização do setor de combustíveis. A proposta visa transferir a obrigação de compra de Créditos de Descarbonização (CBIOs) para as refinarias e mudar a natureza dos créditos, transformando o programa em um mercado regulado de carbono.

Além disso, o Brasil captou R$ 10 bilhões com o primeiro bônus soberano sustentável emitido pelo país e parte desses recursos será destinada à eletrificação de frotas de ônibus de transporte urbano e ao reflorestamento de áreas degradadas.

Outro destaque é o aporte de 2 bilhões de euros da Comissão Europeia para financiar a produção de hidrogênio verde no Brasil, com parte dos recursos sendo destinados a um projeto da Green Energy Park, no Piauí.

Por fim, a Azul Conecta e a Surf Air Mobility anunciaram um acordo de colaboração para desenvolver e comercializar aviões com motores elétricos, que serão aplicados à frota da Cessna Caravan, um modelo de aeronave com 14 lugares, também usado no frete aéreo.

Essas notícias e investimentos refletem o momento de transformação e reinvenção pelo qual a indústria automotiva brasileira está passando, buscando se adaptar às demandas do mercado internacional, além de se alinhar com as tendências da transição energética rumo a uma matriz automobilística mais sustentável e eficiente.

Fonte: Novo Rota 2030 terá R$ 270 milhões para inovação automotiva

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