Se você acompanha a nossa editoria, pode ficar com a impressão que carros elétricos já dominam o mercado. Empresas prometem encerrar sua linha de veículos a combustão interna, os lançamentos mais celebrados são todos elétricos, a empresa que mais domina o noticiário é a que só faz elétricos. Somos um site de tecnologia, trazendo o mais avançado em carros, elétricos ou não, e o preço é esse recorte específico.

Choque de realidade: você consegue adivinhar o percentual de carros elétricos vendidos no ano passado (para o qual há estatísticas fechadas) em relação ao total?

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O número dado pelo Pew Research Center é 4,6%. Nos Estados Unidos, isso cai para 2%. No Brasil, então… Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos, 7.290 elétricos foram emplacados em 2020. De um total de 1.615.620 (números da Fenabrave – Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores). Isso dá 0,4%, mas tem um detalhe ainda: desses 7.290, somente 428 eram elétricos puros. 0,04%, menos de um a cada 2 mil.

Preço segura o carro elétrico

Mas por que é assim? Simples: siga o dinheiro. Não é falta de consciência ambiental do consumidor, mas carros elétricos são simplesmente muito mais caros que os normais. Um fato fala por si: o carro elétrico mais vendido no Brasil neste ano tem sido o… Porsche Taycan. O elétrico mais barato do Brasil deve ser (está para chegar) o JAC E-JS1, por módicos R$ 149.900.

A tecnologia marcha. Espera-se que isso vá mudar. Mas quando?

Foi com isso em mente que o jornalista John McCann, do Tech Radar, em entrevista com Marcus Schäfer, chefe de operações da Mercedes-Benz, perguntou quando os elétricos vão custar o mesmo que os convencionais.

“Não num futuro próximo”, afirmou Schäfer. “O conjunto movido a bateria vai continuar a ser uns dois mil euros mais que o equivalente a combustão interna”. (€ 2000 é equivalente a R$ 12.273 hoje; é um arredondamento bem otimista, considerando que o JAC acima citado custa três vezes um veículo de entrada.)

“Eu não vejo [a paridade] acontecendo na metade dos 2000. Ao fim da década, quando baterias forem feitas em maior escala, e houver uma nova química [isto é, nova tecnologia], então o preço pode cair.”

Enfim, a se acreditar em Schäfer, se o futuro do mundo depende de acabarmos com veículos a combustão, e isso depende do carro elétrico diminuir de preço, o futuro não parece promissor.

Imagem: guteksk7/Shutterstock

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