RIO – A Nissan já apresentou o Kicks reestilizado na Tailândia e, agora, registra patentes do carro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) do Brasil. Esse Kicks retocado — e com tecnologia híbrida e-Power — começará a ser produzido em Resende no ano que vem.

A plástica se concentra na dianteira: o“V” da grade cresceu, para-choque e lanternas foram modificados e agora há faróis de LEDs. O para-choque ganhou entradas de ar maiores (porém falsas). No interior, a maior novidade é o seletor da transmissão, de apenas uma marcha.

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A revolução está na mecânica: a tecnologia e-Power fará sua estreia nacional no Kicks. É um sistema híbrido, mas com uma grande diferença em relação a outros modelos eletrificados.

De motor a gerador

Em um carro do tipo híbrido paralelo convencional (como o Toyota Corolla nacional), as rodas podem ser tracionadas tanto pelo motor a combustão quanto pelo motor elétrico.

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Já no e-Power, apenas o motor elétrico traciona as rodas — seu motor a gasolina só serve para carregar uma pequena bateria de íon-lítio. Trata-se, basicamente, de um carro elétrico que, em vez de tomada, usa um gerador (na mesma lógica dos caminhões gigantes de mineradoras e das locomotivas diesel-elétricas).

Tal tecnologia dispensa um gerenciamento eletrônico supersofisticado — nos híbrido plenos, como os da Toyota, o dispositivo precisa “pensar” o tempo todo qual será a forma de propulsão. Além disso, no sistema Nissan e-Power, o motor a combustão (um tricilíndrico de 1,2 litro) sempre opera em sua faixa mais eficiente de funcionamento.

Na versão tailandesa do Kicks, o motor elétrico rende 95kW (129cv) de potência e 26,1kgfm de torque.

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Do elétrico Nissan Leaf vem a tecnologia e-Pedal, um modo radical de regeneração de energia que equivale a um poderoso freio-motor. O motorista praticamente se esquece do pedal do freio e só usa o acelerador. Quando se tira o pé, o carro vai parando suavemente, sem que se gastem pastilhas e discos de freios.

Sonoplastia mal feita

A sensação ao dirigir um híbrido e-Power é curiosa. Quando o motorista dá pé fundo no acelerador, o carro imediatamente dá um pulo à frente, cheio de vigor, no comportamento típico dos automóveis elétricos. Só que a rotação do motor a gasolina não sobe no mesmo ritmo, uma vez que este não está conectado às rodas — o giro sobe só um pouquinho, para gerar mais eletricidade e, daí, se mantém estabilizado. Essa impressão auditiva de filme com sonoplastia mal feita é bem estranha, mas o desempenho e a eficiência compensam: a versão tailandesa do Kicks faz média de consumo de 23,4km/l e permite rodar 600km entre os reabastecimentos.

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Os motores elétricos e as baterias do futuro Nissan híbrido nacional virão do México. A ideia é que, aqui, o e-Power equipe apenas as versões topo de linha do Kicks. Uma alternativa ultraeconômica e pouco poluidora, com a vantagem de custar menos que os híbridos tradicionais, como o Toyota Corolla, e também que os híbridos tipo plug-in, “de carregar na tomada” — tecnologia confirmada para breve no Jeep Renegade.

 

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