Comprar um carro elétrico é um desejo cada vez maior da grande maioria dos portugueses. Mas muita gente ainda se questiona sobre as diferenças de condução face a um tradicional veículo com motor a combustão. Elas existem, mas não são muitas e permitem uma fácil adaptação.

A maior delas é a ausência da caixa de velocidades. Para quem está habituado a conduzir veículos com mudanças automáticas, a transição será mais fácil. Tal como nestes carros, os elétricos apenas possuem dois pedais: um para acelerar e outro para travar. Mas é neles que o condutor pode sentir a maior necessidade de adaptar o seu comportamento ao volante. Vamos por partes. Os carros elétricos são conhecidos por terem uma capacidade de arranque muito rápida. Isto deve-se ao facto de estes motores disponibilizarem o binário, ou seja, a força rotacional exercida sobre o eixo, na sua totalidade assim que pisamos o acelerador. Num primeiro contacto com o carro, poderá sentir alguns arranques mais bruscos. No entanto, este é um processo ao qual nos adaptamos muito rapidamente. Se é daqueles que receiam estas arrancadas mais bruscas, não tema, pois a maioria dos construtores de automóveis está a limitar eletronicamente esta disponibilidade da potência para, por um lado, tornar o veículo menos “nervoso” e, por outro, ajudar a economizar a eletricidade armazenada nas baterias.

É na utilização
dos pedais que
mais se nota
a diferença
de condução entre
um veículo elétrico
e um tradicional

Outra das diferenças que irá sentir é a capacidade que terá de travar o veículo com… o acelerador. Parece algo complicado, mas não é. Para aumentar a autonomia, estes carros tentam aproveitar ao máximo toda a energia que é gerada. Quer isso dizer que, quando efetuamos uma travagem, essa energia é transformada em eletricidade e armazenada na bateria. A maioria dos carros elétricos permite que o condutor escolha vários modos de regeneração na travagem. Nalguns casos, basta aliviar ligeiramente o pedal do acelerador para que o veículo comece imediatamente a travar.

Mas há mais. Regra geral, estes veículos têm o chamado centro de gravidade mais baixo, devido ao elevado peso das baterias. Em termos práticos de condução, isto significa que o carro, nomeadamente quando descrevemos uma curva, torna-se mais estável e mais “agarrado ao chão”.

Em circuitos urbanos, sobretudo em ruas estreitas, naquelas em que os carros quase “convivem” lado a lado com os peões, o condutor deve ter uma atenção redobrada. Como os motores elétricos não emitem ruído, por vezes pode ser surpreendido com alguns transeuntes que se colocam na sua trajetória sem se aperceberem que vem um carro na sua direção. Para minimizar este efeito, a maioria dos modelos tem uma espécie de um barulho de motor induzido sempre que o carro está em circulação.

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