Salão de Tóquio 2019 (Foto: Ulisses Cavalcante/ Autoesporte)

O centro de exposições Big Sight, em Tóquio, abriu espaço para 13 marcas do segmento de automóveis de passeio. Só três são estrangeiras: Mercedes-Benz, Renault e Alpine. A Mercedes tem um mercado imenso no Japão (os japoneses adoram a estrela), o que justifica sua presença, ainda que de forma tímida.

O estante exibiu o EQC, primeiro carro 100% elétrico à venda pela alemã, e o conceito Vision EQS, uma possível leitura do que será o próximo Classe S – porém, sem novidades. O protótipo já vem fazendo aparições públicas desde 2016. A última vez foi em Frankfurt, no mês de setembro.

Salão de Tóquio 2019 (Foto: Ulisses Cavalcante/ Autoesporte)

A Renault faz parte da aliança com a Nissan, então sua presença é meio que uma obrigação, e a Alpine pertence à Renault. Logo, nem deveria entrar na conta. Ainda assim, a Renault marcou terreno com dois (DOIS) carros: um Twingo e um Megane R.S. Obrigado por nada.

As demais marcas ou empresas são todas japonesas, incluindo sistemistas e fabricantes associados ao mundo automotivo.

Apresentação inédita, com relevância mundial, e efetivo impacto na vida dos brasileiros? Só um, a quarta geração do Honda Fit.

Honda revela a nova geração do Fit na abertura do Salão de Tóquio, no Japão (Foto: Ulisses Cavalcante/Autoesporte)

Aliás, apenas Honda e Nissan exibiram seus automóveis nos caríssimos estandes. Honda deixou ao alcance do público dois kei jidosha, aqueles simpáticos carrinhos de baixa cilindrada e extremamente práticos e as cinco novas versões do carro que chega ao mercado japonês em fevereiro de 2020. Também em exposição estava o Honda e, o primeiro carro elétrico da marca, também programado para começar a ser vendido no ano que vem.

Honda deixou ao alcance do público dois kei jidosha, aqueles simpáticos carrinhos de baixa cilindrada (Foto: Ulisses Cavalcante/ Autoesporte)

Nissan exibiu algumas vans típicas no mercado local, bem como as versões alusivas aos 50 anos do Fairlady Z (ou 370Z) e do GT-R. Seus grandes destaques são dois conceitos elétricos. Um deles, o IMk, dificilmente vai além de um exercício de design.

Já o SUV Ariya antecipa os traços do primeiro utilitário elétrico da empresa, juntando-se ao já conhecido Leaf. A Nissan está à frente na eletrificação de seus modelos, com resultados efetivos no mercado.

Nissan Ariya  (Foto: Ulisses Cavalcante/Autoesporte)

A Toyota optou por um caminho curioso: decidiu não apresentar novos carros. Na verdade, tomou a estranha decisão de não apresentar NENHUM carro. Em seu estande foram expostas uma espécie de carrinho elétrico para locomoção indoor, como aqueles usados em shoppings ou mostras em espaços de feiras, um patinete motorizado e um engate elétrico para facilitar o deslocamento de cadeirantes.

Toyota mostra carrinho de shopping em seu estande no Salão de Tóquio (Foto: Divulgação)

Em um episódio de extremo exercício criativo, deixou circulando pela área uma vassoura “mágica voadora”, elétrica e luminosa. Obviamente não voa, nem anda – o objetivo era fazer uma menção ao futuro da mobilidade e acessível. Eu não entendi a intenção deles…

A vassoura “mágica voadora” da Toyota (Foto: Ulisses Cavalcante/ Autoesporte)

Seu maior destaque foi o e-Palette, o ônibus elétrico e autônomo que será usado em junho de 2020, durante os jogos olímpicos de Tóquio. O protótipo irá circular pela Vila Olímpica, efetivamente transportando visitantes e atletas durante a realização do evento.

Toyota e-Palette (Foto: Ulisses Cavalcante/Autoesporte)

Uma das tentativas da marca foi desviar a atenção dos automóveis, para destacar que a companhia está se transformando em uma empresa de serviços de mobilidade, não apenas um fabricante de automóveis.

Subaru e Mitsubishi também apresentaram conceitos com um ou outro teste de design. A Subaru foi um pouco além com a perua Levorg, uma versão familiar e mais espaçosa do WRX.

Subaru Levorg  (Foto: Ulisses Cavalcante/Autoesporte)

Não é de hoje que os salões do automóvel perdem relevância. Esse é um fenômeno mundial, por conta de seu alto custo e também por causa da própria internet. A divulgação das novidades têm sido feita em escala mundial, e de forma antecipada. Em vez de concorrer entre si, disputando a atenção do público em um mesmo espaço confinado, as empresas têm optado por realizar apresentações por conta própria – e difusa ao longo do ano.

No momento, apenas o Salão de Genebra, na Suíça, ainda preserva relativo poder de atração. Nem Frankfurt, na Alemanha, o maior do mundo, mantém seu prestígio inabalado – está se convertendo em uma exibição restrita aos fabricantes alemães. A Volvo, por exemplo, decidiu não participar mais desse tipo de evento. A maioria das empresas está optando por aparecer apenas nos salões em seus países-sede.

Para conhecer o Salão de Tóquio, os visitantes têm de desembolsar dois mil ienes, algo entre 80 e 85 reais. Crianças pagam metade. Há outro lugar mais interessante para ver carros bacanas no Japão: a rua.



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