Com o preço da gasolina nas alturas, aumentou a procura por carros mais econômicos e a ideia de investir em um automóvel eletrificado parece fazer sentido.

Se os 100% elétricos ainda estão longe da realidade da maioria, os híbridos já têm um mercado de usados e seminovos com baixíssimo consumo, igual ou superior a 20 km/l, e preços relativamente atraentes – especialmente os exemplares mais antigos, lançados há cerca de dez anos.

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Ao mesmo tempo, o receio de gastar dinheiro em um híbrido usado é natural: as respectivas baterias se desgastam como em celulares e têm garantia de oito anos, em média. Vale lembrar que o custo dessas baterias ainda é alto em caso de necessidade de manutenção.

Por isso, é preciso tomar alguns cuidados se você estiver de olho em um híbrido de segunda mão.

Como avaliar um carro híbrido usado

Saude das baterias deve ser verificada antes de você fechar negócio por um carro híbrido

Imagem: Reprodução

Dentre os modelos híbridos mais veteranos no País, os que existem em volume relevante são o Ford Fusion Hybrid e o Toyota Prius.

UOL Carros conversou com Ricardo Takahira, da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE Brasil para tirar dúvidas e indicar o que você precisa verificar antes de fechar negócio e colocar um híbrido usado na garagem.

De todos os componentes diferentes que um híbrido traz, a bateria é, sem dúvida, o mais complexo e que precisa de maior atenção.

Takahira diz que é possível realizar uma avaliação da bateria em oficinas mais gabaritadas ou mesmo em uma concessionária.

“É preciso lembrar que baterias têm uma vida de uso ou o ‘state of health. Com aparelhos de diagnóstico, dá para saber se o pacote de bateria está carregando ou se existem células com defeitos”, diz.

Consumo de 20 km/l

Caso já tenha comprado o carro, uma alternativa para saber se as baterias vão bem é avaliar o consumo de combustível.

Para isso, você deve avaliar se o carro atinge no ciclo urbano, onde o híbrido é mais econômico, média perto dos 20 km/l, no caso dos híbridos convencionais, que não exigem recarga das baterias na rede elétrica. “Uma variação de até 20% abaixo disso é sinal de que a bateria está ok”, complementa.

As baterias desses primeiros carros híbridos do Brasil tinham uma tecnologia mais arcaica, mas condizente com a época – modelos recentes são consideravelmente mais eficientes.

Até a matéria-prima das baterias mudou neste meio tempo. Antes se usava níquel hidreto-metálico, enquanto atualmente são utilizadas baterias com íons de lítio.

“O que essas avaliações podem medir é a resistência interna das baterias, em termos práticos, o envelhecimento. Quanto maiores forem os dados apresentados, é sinal de maior resistência, o que representa um desgaste do conjunto”, pontua.

Como é manutenção de carro híbrido

Motor Golf GTE - Fabrício Bomjardim/Folhapress - Fabrício Bomjardim/Folhapress
Imagem: Fabrício Bomjardim/Folhapress

Takahira afirma que é possível fazer a manutenção dos bancos de baterias, mas que não é algo comum aqui no Brasil ainda. “Dá para fazer a substituição de parte delas, mas o preço é elevado e não há mão de obra totalmente especializada nisso”, afirma.

Ele também diz que, uma solução paliativa, dependendo do caso, é “resetar” a bateria – técnica que não vai devolver 100% da capacidade de carga, mas pode melhorar o desempenho.

Por meio de equipamentos de diagnose, é possível apagar o histórico da bateria no BMS (Battery Maneagement System), que é o responsável por controlar a carga, temperatura e voltagem da bateria.

O BMS, é responsável por gerenciar a temperatura da bateria, que não pode superar os 50º C. O especialista comenta que se chegar a 60º C é uma temperatura de risco que pode aumentar de estufar células ou até pegar fogo.

No caso de incêndio, se uma pegar fogo, rapidamente ela se espalha pelo resto e toma o veículo como um todo, como já aconteceu com alguns carros da Tesla recentemente.

Outros problemas do sistema elétrico?

Takahira destaca que, enquanto as baterias requerem atenção, motores elétricos, inversores e conversores são superdimensionados para seus usos e dificilmente vão dar algum problema.

Ele comenta que o único item que tende a ser trocado nesse conjunto de componentes são rolamentos dos motores elétricos, que têm desgaste natural pelo movimento mecânico que realizam, do mesmo jeito que rolamentos de cubo de rodas precisam ser trocados.

Para quem estiver considerando o ato, separamos cinco opções de híbridos e seu valor segundo a tabela Fipe, além de mostrar qual o dado divulgado de consumo na etiquetagem veicular do Inmetro:

5 opções de carros híbridos usados ou seminovos:

Volvo XC60 T8

Volvo XC60 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Preço: R$ 320.885 a R$ 430.342

Consumo: 20,4 km/l

Ford Fusion Hybrid

Ford Fusion Hybrid 2014 - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Imagem: Murilo Góes/UOL

Preço: R$ 41.727 (1ª geração) a R$ 153.165 (2ª geração)

Consumo: 13,8 km/l (1ª geração) / 16,6 km/l (2ª geração)

Toyota Prius

Toyota Prius - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Preço: R$ 51.958 (1ª geração) a R$ 186.328 (2ª geração)

Consumo: 15,7 km/h / 18,9 km/l

Lexus CT200h

Lexus CT 200h - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Preço: R$ 69.410 a R$ 157.900

Consumo: 15,7 km/l

Toyota Corolla Hybrid

Duelo: Toyota Corolla Altis Hybrid x Honda Civic Touring - Murilo Góes/UOL - Murilo Góes/UOL
Imagem: Murilo Góes/UOL

Preço: R$ 158.611 a R$ R$ 170.172

Consumo: 16,3 km/l

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