A onda dos carros elétricos já é tendência mundial impulsado principalmente por objetivos ecológicos: a diminuir as emissões dos gases de efeito estufa e combater o aquecimento global.

É claro que regiões como Estados Unidos e a Europa lideram a mudança dos carros tradicionais (a gasolina, diesel ou gás) para os elétricos. A evolução nas vendas de veículos no velho continente reflete o anterior: faz uma década os carros como motores diesel significava 50% das vendas em todos os países da região. Se comparados os dados com as operações atuais pode-se ver que a preferência pelo diesel caiu para menos da metade, 24,7%. Ao mesmo tempo o carro elétrico (e os eletrificados) estão representando o 25% das vendas na Europa.

Carros elétricos são tendência mundial – Foto: Editora EMT.Carros elétricos são tendência mundial – Foto: Editora EMT.

Essas tendências são suportadas especialmente por medidas de promoção e regulação dos carros elétricos dispostas pelos governos europeus. Já no caso do Brasil, mesmo sem ter incentivos por parte do Estado e longe dos dados da Europa, o número nas vendas deste tipo de carros começou a crescer de um jeito importante.

Analisando as aquisições de carros elétricos até outubro de 2020, neste ano já foi superada a quantidade de veículos a bateria emplacados no ano passado no país. Segundo o informado pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) as vendas bateram recorde com 15.565 unidades licenciados de janeiro até outubro, contra 11.858 nos 12 meses do 2019. É um pulo importante levando em conta que em 2018 as vendas foram de apenas 3.970 carros no Brasil.

As projeções apontam a que, ao final do ano, a frota de elétricos (ou eletrificados) cresça para 41.500 unidades, ou seja superior em 60% ao volume de 2019.

Mesmo que, até hoje, a prevalência dos carros a gasolina e diesel seja indiscutível, a opinião pública reconhece amplamente as vantagens dos elétricos. Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS) aponta a uma preferência da maioria dos brasileiros pelos veículos a bateria. Em três anos (de 2017 a 2020) cresceu de 46% para 71% o total de entrevistados que consideraram provável que seu próximo carro seja elétrico. No caso do transporte público, 91% manifestaram o desejo de ter ônibus elétricos (ou mais unidades, dependendo da cidade) em circulação.

Mesmo com os benefícios que estes produtos significam, principalmente para o ambiente e o ar, no Brasil ainda restam muitos aspectos a ser adaptados para a generalização do carro elétrico. Os postos de gasolina, por exemplo, precisam colocar mais estações de carga elétrica para incrementar a autonomia e distância dos veículos; as seguradoras devem ajustar as suas coberturas para este tipo de carro, sendo que as características dele e os riscos ao que fica exposto podem mudar bastante em comparação como os carros tradicionais.

Finalmente a principal barreira para tornar o elétrico uma realidade da população é, como acontece na maioria dos casos, o preço dele. Se bem o interessado possa ter objetivos ecológicos claros, nem sempre o orçamento acompanha. É só pensar que o valor médio de um híbrido ou elétrico atualmente fica perto dos R$200 mil, uma cifra que assusta a vários e torna o produto menos competitivo. Para melhorar o aspecto a principal medida é o impulso de uma indústria nacional orientada a estes veículos.



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