Carros a combustão são bem conhecidos, mas carros elétricos ou eletrificados têm uma grande variedade de tecnologias que podem impactar seu bolso. Confira nosso guia.
Veículos elétricos ainda são considerados novidade, embora aos poucos comecem a ser vistos em maior número pelas ruas. Com os planos de eletrificação adotados pelas grandes montadoras, daqui em diante cada vez mais veremos modelos com opção de motores elétricos até, quem sabe, alcançarmos a eletrificação total. No ano passado, a União Europeia divulgou uma proposta de, até 2035, todos os seus países-membros venderem apenas veículos que sejam carbono-zero, ou seja, não emitam gases poluentes na atmosfera. A proposta integra o chamado “Acordo Verde Europeu”, que expressa a intenção dos líderes do continente em torná-lo “limpo”, ou seja, não emitir mais gases poluentes até, no máximo, 2050. Ainda em 2030, a intenção é diminuir em, pelo menos, 55% as emissões de carbono.
Tais planos também ajudam a impulsionar os veículos eletrificados e, por isso, é importante que comecemos a conhecer melhor como funcionam tais veículos e quais as principais diferenças entre eles. Por isso, preparamos um comparativo entre carro elétrico, híbrido, híbrido HEV, híbrido PHEV, híbrido leve e célula de combustível, que apresentaremos a seguir para ajudar a compreender como cada um funciona.
Mesmo porque, com veículos a combustão já estamos acostumados, mas carros elétricos e híbridos apresentam uma grande variedade e diferença de técnicas e tecnologia de construção, variando muito em preço, autonomia, tempo e estilo de recarga, durabilidade, consumo, etc.
Vamos aos termos.
Carro elétrico
Começamos pela definição de carro elétrico, termo por vezes usado genericamente para se referir a veículos que não são totalmente elétricos e, por isso, funciona basicamente como um termo guarda-chuva.
Contudo, numa definição mais rigorosa, um carro ou veículo elétrico é aquele que possui motor totalmente elétrico, ou seja, alimentado totalmente por bateria, que você vai ter que plugar numa tomada ou carregador para andar, sem qualquer motor a combustão para ajudar.
Um exemplo de carro elétrico é a novidade da Renault, o Kwid E-Tech. E os famosos Tesla.
HEV ou híbrido pleno
No Hybrid Eletric Vehicle ou Veículo Elétrico Híbrido, o motor a combustão é combinado com uma ou mais baterias elétricas. Nesses veículos, o motor a gasolina, etanol ou, mais raramente diesel, enquanto estiver em uso, além de tracionar as rodas, tem como função gerar energia para as baterias, o que faz junto das frenagens regenerativas. O trabalho em conjunto de ambos os motores garante mais potência ao veículo.
Num híbrido pleno, motor elétrico e bateria são potentes e com carga suficiente para que o carro possa andar, em trânsito urbano, exclusivamente usando a energia deste conjunto, com o motor a combustão servindo somente como gerador ou força extra em caso de aceleração mais pesada (mesmo que, em teoria, o carro possa andar somente com o motor a combustão).
Como o motor elétrico entrega sempre torque máximo, acaba gastando menos energia em arrancadas e retomadas. Num híbrido, isso se reflete num menor consumo na cidade que na estrada, quando tende a usar o motor a gasolina para ajudar a mover o carro. É o contrário do que acontece em carro a combustão interna.
Exemplos de veículos HEV são os Toyota Prius/Corolla Sedan/Corolla Cross/RAV4 e o Honda Accord e:HEV. O Toyota Corolla Cross, por exemplo, faz 17km/l na cidade e 13,9km/l na estrada, com gasolina, segundo o Inmetro.
PHEV ou Híbrido Plug-in
Já no caso do Plug-in Hybrid Electric Vehicle, ou Veículo Híbrido Recarregável, embora muito parecido com sistema do HEV, as baterias podem ser recarregadas externamente, seja em eletropontos ou em tomadas. Essa característica aproxima bastante os veículos PHEV dos veículos elétricos. Um exemplo de carro PHEV é o Jeep Compass S 4xe.
Num PHEV, o uso do motor a combustão acaba sendo opcional, embora desejável para combinar a potência de ambos, principalmente no uso em estrada. Mas se você não quiser ir ao posto abastecer, não precisa.
MHEV ou híbrido leve
Os híbridos leves já são veículos que utilizam uma bateria menor e, normalmente, um motor elétrico de baixa potência, consistindo num conjunto mais barato. É até indicado para quem está preocupado com o fim da vida útil da bateria, o que costuma ocorrer por volta de 10 anos.
Num híbrido leve, a bateria é recarregada somente por meio de acelerações do motor tradicional e através de frenagens, sem possibilidade de recarga na tomada. Por se tratar de uma bateria pequena com motor mais fraco, o motor a combustão é que move o carro, mesmo em acelerações mais leves, com o motor elétrico servindo apenas para despejar mais torque e aquele uso urbano de “anda e para” mais pesado.
É um conjunto que tende a aproveitar bem as vantagens de cada tipo de motor: a economia e o bom torque do elétrico com a praticidade do abastecimento do motor a combustão (embora sacrifique, um pouco, o consumo), com um conjunto elétrico de baixo custo e barato para substituir.
O Kia Stonic é um exemplo de carro híbrido leve. Ele gera 118cv e torque de 17,1kgfm no motor a combustão, e sobe para 120cv e 20,kgfm de torque com a ajuda do elétrico. Pouca mudança em potência e torque, mas sensível melhora no consumo urbano: 13,7km/l na cidade contra 13,8km/l na estrada, com gasolina, segundo o Inmetro.
FCEV
Os Fuel Cell Electric Vehicles ou Veículos Elétricos com Célula de Combustível fazem uso de hidrogênio líquido pressurizado a fim de gerar eletricidade por meio de reação química, a eletrólise. Por isso, carros FCEV não necessitam de grandes baterias a fim de levar energia para os motores. Na verdade, a própria célula de combustível é uma espécie de bateria.
A termo de comparação, veículos FCEV, assim como veículos tradicionais, possuem um tanque que comporta hidrogênio líquido e, por isso, precisa ser reabastecido. Estes tipos de veículos também não emitem gases poluentes. O Toyota Mirai e o Honda Clarity, não disponíveis no Brasil, são exemplos de carros FCEV.
REEV
O Range-Extended Electric Vehicle ou Veículo Elétrico de Autonomia Prolongada faz uso de um motor a combustão de baixa potência para gerar eletricidade nos momentos em que a carga da bateria estiver bastante baixa. Esse sistema permite que a autonomia da bateria seja longa para alcançar um lugar onde seja possível recarregar. Contudo, esse recurso não faz com que o carro se mova.
O BMW i3, quando equipado com a opção de motor auxiliar a gasolina, de 2 cilindros, 650cc e 34cv, e com tanque de 9 litros, é um exemplo de REEV. No caso do BMW, o motor a combustão é só para você poder chegar ao ponto de recarga mais próximo, se acabar sua bateria.
Eletrificado
Para finalizar, a expressão “eletrificado” representa todo o conjunto de veículos projetados a fim de serem opções sustentáveis, tanto aqueles totalmente elétricos, quanto os híbridos.
Também é um termo guarda-chuva.