Iniciado o desafio de criar uma nova família de modelos genuinamente desportivos, capazes de dotarem a marca de um maior sex-appeal, a Toyota prepara já “a cereja no topo do bolo” que é a gama Gazoo Racing: a versão de estrada do monolugar de competição que venceu as 24 Horas de Le Mans, a que será dado o nome de GR Super Sport. Já para 2022.

Rival anunciado de propostas hiper-exclusivas como o Mercedes-AMG One ou o Aston Martin Valkyrie, este novo hiperdesportivo, topo de gama na família GR, pretende, assim, ser o elo que solidifica, de forma definitiva, a ligação do programa de competição da Toyota, mantido através da Gazoo Racing, aos carros do dia-a-dia do construtor nipónico. Algo que o atual presidente da Toyota Motor Corporation, Akio Toyoda, fez questão de promover, desde o primeiro momento em que assumiu as rédeas da companhia.

Anunciado, pela primeira vez, ainda em 2018 e segundo os regulamentos aprovados pela FIA, para o então Campeonato do Mundo de Resistência, os quais exigiam que os carros de competição tivessem origem em veículos comercializados para o dia-a-dia, a verdade é que, nem mesmo o facto dessa imposição ter sido, entretanto, descartada, também como forma de permitir o desenvolvimento, nas pistas, de novas soluções tecnológicas – sistemas de propulsão híbridos, PHEV, elétricos, etc… -, fez a Toyota abandonar o desenvolvimento do seu hiperdesportivo.

Toyota GR Super Sport Concept

Pelo contrário, o construtor decidiu continuar o projecto, fazendo deste uma espécie de “coroa de glória”, demonstrativa das capacidades tecnológicas da marca.

Com base no TS050 Hybrid de 2016

Assim e concebido, a partir daí, também como uma edição limitada do carro de competição que a Toyota faz alinhar no atual Mundial de Resistência, mais precisamente, do TS050 Hybrid que correu, a partir de 2016, na classe LMP1, o futuro GR Super Sport recorre, desde logo, a uma versão adaptada para a estrada do mesmo V6 2.4 Twin-Turbo com injecção directa utilizado no TS050. E que, no hiperdesportivo, servirá de base a um sistema de propulsão híbrido que a Toyota decidiu baptizar de ‘Toyota Racing System’.

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Embora sem revelar mais dados sobre este novo sistema de propulsão, nomeadamente, a forma como funcionará ou até mesmo quantos motores elétricos incluirá, a Toyota já reconheceu que o objectivo inerente ao desenvolvimento desta nova solução, passou, também, por garantir uma potência a rondar os 1.000 cv. Número que tem, também, o seu quê de simbólico, por coincidir com aquela que era a potência oficial do GR010 Hybrid, em obediência aos então regulamentos do Mundial, recorda a britânica Autocar.

Entretanto, os regulamentos mudaram e a potência, na classe LMH (Le Mans Hypercar), acabou descendo para os 679 cv, obrigando a Toyota a equipar o monolugar do Mundial de Resistência com um novo V6 3.0 litros híbrido. Mas não a alterar as definições inicialmente estipuladas para o modelo de estrada, o qual deverá manter o objectivo dos 1.000 cv. Embora com a possível novidade de recorrer a uma configuração de três motores elétricos.

Semelhantes às do GR010 Hybrid, deverão ser as soluções aerodinâmicas encontradas pela Toyota para o GR Super Sport, ainda que, com os designers a terem carta branca para fazerem as necessárias e adequadas alterações nalgumas partes da estética, como forma de tornarem o modelo, não apenas mais consensual para uma utilização no dia-a-dia, como também para o tornarem mais próximo da atual linguagem de design utilizada nos modelos de estrada. Isto, claro está e conforme fez já questão de salientar o director da divisão de competição da Toyota, sempre segundo a orientação da Gazoo Racing.

O protótipo do futuro GR Super Sport numa invulgar variante Targa

Quanto ao facto do GR Super Sport se ter apresentado, ainda como protótipo e pela primeira vez, em público, na edição do ano passado das 24 Horas de Le Mans, com uma carroçaria tipo Targa, a Autocar avança que poderá ter-se tratado de uma solução para a ocasião, já que o modelo de produção deverá ser proposto com uma carroçaria do tipo Coupé. Ainda que também possa vir a adoptar alguma solução inesperada e invulgar, antevista nas patentes entretanto registadas pela Toyota, e que “falam” numa invulgar abertura para cima de tejadilho e pára-brisas, como forma de facilitar o acesso ao habitáculo.

Em edição limitada… e não para qualquer um

Igualmente por conhecer, surge o número de unidades que a Toyota pensa fabricar deste GR Super Sport. Até porque, a imposição inicial derivada da classe LMH, segundo a qual os construtores estavam obrigados a construir 20 unidades da variante homologada para estrada do carro de competição, já não existe.

Contudo e até para que o modelo consiga provocar maior impacto no mercado, a Toyota poderá optar por fabricar bem mais do que duas dezenas de unidades.

Toyota GR Super Sport Concept

Entretanto e embora o período de pré-reservas para o GR Super Sport, ainda não tenha sido aberto, a Toyota começou já divulgar publicamente um questionário, através do qual procura também dar a conhecer o tipo de cliente que espera para este novo modelo. Perguntando não apenas sobre os desportivos que possuem e que tipo propostas pensam comprar, mas também se, por exemplo, possuem um Toyota 2000GT ou um Lexus LFA, se têm por hábito conduzir em circuitos ou possuem uma licença desportiva, e até mesmo quais as expectativas que têm relativamente a este GR Super Sport.

Estas perguntas sugerem, de resto, que a Toyota poderá não comercializar o GR Super Sport de forma totalmente livre, mas escolher os clientes que terão acesso ao mesmo. Um pouco, aliás,  à imagem daquilo que outras marcas automóveis já fizeram, com modelos muito específicos, como foi o caso da Ford e do seu GT de edição limitada, para o qual o fabricante escolheu os clientes que poderiam ter acesso a uma unidade, com base, não só na fidelidade à marca, mas também na capacidade dos mesmos em promover o modelo e a própria marca da oval azul.

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