Em países da Europa, os veículos com mais eficiência energética pagam menos impostos e, no Brasil, acontece o oposto. Aqui, um automóvel com motor a combustão que percorre entre 10 e 12 quilômetros por litro paga 7% de IPI. Já um carro híbrido, que roda 25 km/l chega a pagar até 15%.

Com o surpreendente desempenho de vendas no ano passado, os modelos eletrificados alcançaram 1% do market share doméstico. Segundo a ABVE, o mundo todo desonera o carro eletrificado e cobra imposto de acordo com a eficiência energética. Para a associação falta que falta ao País um programa mais claro de benefícios e incentivos ao carro elétrico. Na análise, o Brasil está desconectado com as políticas globais, afugentando marcas como a Ford, que, anunciou o fechamento de suas fábricas aqui. “As matrizes sinalizam que querem investir em propulsão eletrificada, mas não apostarão no Brasil se não existir a contrapartida. Cada vez mais desinteressadas em carros com motor a combustão, as montadoras acabam indo embora”.

É um ciclo vicioso. Sem vender muito no Brasil, não há larga economia de escala. Consequentemente, as marcas não montam em torno de si uma estrutura de sistemistas e fornecedores locais. Uma coisa está ligada a outra. A escala derruba os preços; porém, a nossa realidade impede que o veículo elétrico seja mais barato, pois continuaremos dependendo das importações, com a cotação do dólar alta os veículos não terão margem para reduzir o custo.

Hoje, vencer as barreiras fiscais é o maior desafio da indústria para que os carros elétricos se multipliquem nas ruas. Em relação aos componentes, a bateria representa de 30% a 35% do custo total do automóvel, embora seu preço tenha caído 87% nos últimos dez anos. Mesmo assim, ela ainda “ajuda” a encarecer o automóvel.

As maiores reservas de lítio – principal matéria-prima das baterias – da América do Sul estão na Bolívia, no Chile e na Argentina. Recentemente, foram descobertas grandes quantidades do metal em Minas Gerais, Goiás e Ceará. Com isso, a formação de um polo de fabricação de baterias para carro elétrico poderia depender menos do material que vem de fora, gerando economia nas etapas do processo. Mesmo assim a fabricação de automóveis no Brasil em larga escala ainda parece um sonho distante.



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