A indústria automobilística está passando por uma transformação radical nos últimos anos. A mobilidade elétrica está sendo cada vez mais adotada em todo o mundo, e o presidente mundial da Stellantis, Carlos Tavares, tem um ponto de vista interessante sobre o assunto. Ele acredita que a sociedade brasileira não precisa de carros elétricos, pois aqui há o etanol para os modelos flex e grandes extensões de terra onde se pode plantar sem competir com a produção de alimentos.

Embora a opinião de Tavares não seja surpreendente, ela foi interpretada por alguns como um sinal de condenação do Brasil ao atraso tecnológico. No entanto, acreditamos que sua declaração se referia ao curto e médio prazos, refletindo o forte viés de marketing envolvendo a mobilidade elétrica em todo o mundo.

Apesar de o Brasil oferecer incentivos significativos para a aquisição de veículos elétricos, como isenção de impostos de importação e IPI, ainda há muito trabalho a ser feito para estimular a produção local. A Volvo Caminhões tem uma ideia interessante, que é manter o imposto de importação zerado para empresas que se comprometerem a iniciar ou dar os primeiros passos para a produção local de baterias e motores.

A Toyota acaba de lançar na Europa o Corolla evoluído, que estreia a quinta geração do seu sistema híbrido. O carro apresenta visual mais refinado e contemporâneo, além de um novo desenho das rodas e uma bateria de íons de lítio. Estima-se que essa versão evoluída ainda vai levar de dois a três anos para chegar ao Brasil.

Outra grande contribuição vem da arquitetura modular MQB da VW. Lançada em 2012 no Golf VII, ela permite que largura, comprimento, entre-eixos e altura variam, enquanto a distância entre a linha dos pedais e o eixo dianteiro é mantida. Esta arquitetura já foi usada para 40 milhões de veículos e, até 2030, outros 40 milhões de unidades serão fabricadas.

Apesar de ainda haver muito trabalho a ser feito para estimular a produção de veículos elétricos no Brasil, o rumo aos elétricos já está decidido. É importante que o País esteja preparado para a maratona, e não para a corrida de 100 metros rasos. É necessário encontrar o equilíbrio entre incentivos e responsabilidade ambiental, para que a indústria automobilística possa crescer de forma sustentável no futuro.

Fonte: Brasil não precisa de carro elétrico, como diz chefão da Stellantis? – 01/03/2023

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