O Toyota Corolla ainda é um carro de verdade nesse tempo de SUVs. Ponto de gravidade baixo, suspensão bem acertada, pouca inclinação nas curvas. Você se sente bem apoiado. O banco do motorista tem regulagens elétricas, e quem quiser senta rente ao chão. Esse Corolla é ainda espaçoso na cabine e no porta malas, além de bem forrado com couro em tons claros de cinza e creme. Em acabamento, está acima da média de outros modelos de marcas japonesas.

Acabamento acima da média para um carro de marca japonesa Foto: Jason Vogel
Acabamento acima da média para um carro de marca japonesa Foto: Jason Vogel

Estamos na versão Hybrid, a topo de linha (de R$ 129 mil a R$ 136 mil) e vamos nos concentrar no painel fácil de ler. Em vez de conta-giros, há instrumentos para saber se estamos conduzindo de forma econômica.

E guiar um híbrido de forma econômica significa reaprender a dirigir: anda-se mais com o pé fora do acelerador do que pressionando o pedal.

De Olho no painel

Para gastar pouco, ponha a central multimídia sempre no modo “monitor de energia” e vá acompanhando. Alivie o pé constantemente e tente regenerar energia sempre que puder. Faça de tudo para manter a bateria carregada pelo o máximo de tempo possível.

Monitor de energia: isso vicia... Foto: Jason Vogel
Monitor de energia: isso vicia… Foto: Jason Vogel

O bom é ir pegando os macetes de condução do híbrido: acelerar bem suave até os 40km/h e tentar manter o motor elétrico trabalhando sozinho pela maior parte do tempo. Imagine-se no para e anda do engarrafamento, sem gastar uma gota de gasolina e vendo sua marca de economia melhorar…

No console há um botão “EV” (de modo elétrico puro) para reforçar isso — mas o “EV” só funciona até um certo nível de carga da bateria. De três tracinhos para baixo, o motor a gasolina entra como gerador, fazendo ruído.

O motor a combustão também tem conexão com as rodas dianteiras, por meio de uma transmissão que a Toyota chama de CVT, mas é formada por uma engrenagem parruda, um sistema de planetárias e dois motores elétricos. A potência combinada é de 123cv.

Depois que o carro embala, você tira o pé do acelerador, o motor a gasolina é cortado automaticamente e, daí, é dosar a pressão do acelerador ao mínimo possível para manter o ritmo (uns 70km/h, por exemplo), só no motor elétrico.

Quanto pior o trânsito, mais este Corolla faz sentido. Com chuva e congestionamentos (quando levamos uma hora para percorrer oito quilômetros) conseguimos marcas da ordem de 11km/l.

Mesmo com toda a traquitana do sistema híbrido, porém, não espere um milagre de economia. Volta e meia, o gerador entra em ação e vai cortando os recordes de consumo que você havia feito na cidade.

Dá o maior gosto entrar na garagem em absoluto silêncio, só com o motor elétrico em uso. No sinal vermelho também é um prazer saber que o carro não está gastando gasolina, nem fazendo barulho ou poluindo o meio ambiente.

Ladeira abaixo, ponha o seletor do câmbio em B para garantir o efeito de freio motor e regenerar mais energia.

A autonomia parece eterna: usamos o Corolla Hybrid por uma semana na cidade e o computador de bordo dizia que ainda poderíamos rodar por mais 700km.

Sem medo de curto

Chuva, trânsito parado e 10,8km/l. Pé leve para andar só com eletricidade Foto: Jason Vogel
Chuva, trânsito parado e 10,8km/l. Pé leve para andar só com eletricidade Foto: Jason Vogel

Vivemos até a experiência passar por trechos alagados (água na metade da roda) depois de um pancadão de chuva. Sempre há aquele medo primal de ser eletrocutado em um carro “eletrificado”. Não deu nada, pelo contrário: dirigimos de forma que o motor a gasolina não entrasse em ação, para evitar qualquer risco de calço hidráulico. O motor elétrico segurou bem a onda…

O tempo de espera pelo Corolla híbrido, que chagava a três meses na época do lançamento (setembro), já diminuiu um bocado. Hoje gira em torno de dez dias, dependendo da cor.

FICHA TÉCNICA

COROLLA ALTIS HYBRID 1.8 FLEX.Preço: de R$ 129 mil a R$ 136 mil. Origem: Brasil. Motor: ciclo Atkinson, flex, quatro cilindros, 1.798cm , aspirado, com injeção direta e indireta, 98/101cv (a 5.200rpm) e 14,5kgfm de torque (3.600rpm); e dois motores elétricos com 72cv e 16,6kgfm. Transmissão: CVT por contraengrenagem e planetária. Tração dianteira. Suspensão: McPherson na frente e duplo “A” atrás. Freios: a disco. Pneus: 225/45 R17. Dimensões: 4,63m (c), 1,45m (a), 1,78m (l) e 2,70m (e.e.). Peso:1.440kg. Porta-malas: 470 litros. Tanque: 43 litros. Desempenho: 0-100km/h em 11s e máxima de 180km/h (Toyota). Consumo: 16,3km/l na cidade e 14,5km/l na estrada, com gasolina (Inmetro).

 

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