O Euro NCAP, organismo europeu independente que analisa a segurança ativa e passiva dos principais modelos comercializados na Europa, revelou esta quinta-feira o seu relatório que é ‘demolidor’ para dois modelos da marca francesa Renault: o Dacia Spring e o Renault Zoe, ambos elétricos, mereceram críticas ferozes do organismo, tendo sido pontuados com uma e zero estrelas (o mínimo possível), respetivamente.

No outro extremo da tabela, sete modelos alcançaram a mais alta classificação possível, cinco estrelas. São eles os BMW iX, Genesis G70, Genesis GV70, Mercedes-Benz EQS, Nissan Qashqai, Skoda Fabia e Volkswagen Caddy. O Fiat 500e e o MG Marvel R foram pontuados com quatro estrelas.

Os péssimos resultados dos dois modelos franceses levou o organismo a lamentar que a “Renault estrage o legado do Laguna”, que em 2001 tornou-se o primeiro carro a alcançar cinco estrelas nos exigentes testes de segurança. Surpreendente é o Renault Zoe, lançado em 2013, também recebeu já cinco estrelas em segurança, tendo sido valorizada a proteção para ocupantes adultos em caso de colisão (89%), proteção de crianças (80%), proteção de pedestres (66%) e ajudas ativas (85%). O atual Zoe é basicamente o mesmo que o lançado há oito anos, com a atualização de 2019 focada em melhorias com a bateria e eficiência. Então, como conseguiu passar da nota máxima para a mínima?

Os protocolos variaram nos últimos oito anos, com mais testes de colisão – alguns especialmente difíceis – e novos requisitos no capítulo das ajudas à direção. E, segundo o Euro NCAP, o Zoe 2019 não melhorou em segurança, pelo contrário, o organismo europeu aponta que as mudanças mínimas feitas foram no sentido contrário ao desejado – os airbags laterais de tórax instalados na versão de 2019 representam um retrocesso na proteção dos ocupantes.

No seu relatório sobre a proteção dos ocupantes em caso de colisão, o Euro NCAP revelou que o habitáculo permanece estável em caso de colisão frontal, embora os ‘crash test dummies’ tenham detetado cargas e acelerações excessivas. Mas a pior avaliação chega do ‘crash test’ lateral contra o poste – a cabeça do piloto entra em contacto com o próprio poste – foram medidos danos severos. Assim, a proteção de ocupantes adultos (43%), proteção de crianças (52%) e proteção de peões em caso de colisão (41%), são os auxiliares de condução (14%) que ‘afundam’ o Renault Zoe para as zero estrelas. Foi igualmente criticado o fraco desempenho dos apoios de cabeça dianteiros e traseiros em caso de impacto traseiro.

Uma estrela, das cinco possíveis, foi a que o organismo independente concedeu ao Dacia Spring, o outro modelo elétrico do Grupo Renault. Especificamente, o Spring recebe 49% da pontuação possível em proteção de adultos em caso de acidente, 56% em proteção de crianças, 39% em proteção de pedestres atropelados e 32% em auxiliares de direção.

Os autores do estudo ficaram surpreendidos com os maus resultados obtidos pelo Renault Zoe e Dacia Spring, e definiram mesmo a proteção dos ocupantes de ambos os modelos como “a pior que já viram em qualquer veículo em muitos anos”.



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