A importância de Wuhan para a indústria automotiva vai além da produção de peças e automóveis. A cidade é um dos principais polos de desenvolvimento de veículos elétricos do mundo, com apoio direto da universidade local.

O grupo PSA Peugeot Citroën, que está em processo de fusão com a FCA Fiat Chrysler, tem três fábricas naquela região em parceria com a Dongfeng. A montadora francesa está presente na China desde 1992.

Em 2018, carros elétricos da empresa começaram a circular pela cidade chinesa em sistema de compartilhamento. A experiência teve início na zona de desenvolvimento econômico e tecnológico da região, que concentra a indústria automotiva.

Em setembro de 2019, o grupo PSA confirmou que automóveis elétricos e híbridos produzidos em Wuhan 
serão lançados em 2020.

Os futuros veículos terão tecnologia global e, em um primeiro momento, serão voltados para o mercado chinês, onde 1,2 milhão de veículos movidos a eletricidade foram comercializados em 2019.

O número é relevante, e seria ainda maior caso a China não tivesse iniciado o processo de redução de incentivos para compra de carros menos poluentes. Há discussões em andamento para que o programa de desoneração seja prorrogado ou, ao menos, tenha etapas mais longas, para não reduzir bruscamente as vendas.

O tamanho do mercado consumidor possibilita que montadoras acelerem o retorno dos investimentos necessários para desenvolver veículos elétricos. Daí vem a importância da cidade, que hoje está 
isolada: sua zona de tecnologia é o ambiente perfeito para desenvolver veículos globais e, em prazos mais curtos, colocá-los nas ruas.

Em 2011, a Nissan escolheu Wuhan como cidade-piloto para seu processo de eletrificação na China. Sete anos depois, anunciou um investimento de US$ 900 milhões no país, com construção de uma nova fábrica na região.

A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi também tem a Dongfeng como parceira. A gigante chinesa investe ainda na produção de baterias para veículos elétricos em Wuhan, por meio da subsidiária Amperex.

A Honda inaugurou sua terceira fábrica na região em 2019. Foi investido o equivalente R$ 1,8 bilhão e, de acordo com a montadora japonesa, um dos objetivos da nova planta é desenvolver e produzir veículos elétricos.

Em 2016, a General Motors anunciou a expansão de sua linha fabril em Wuhan. O investimento de US$ 1,1 bilhão visava ampliar a capacidade produtiva de 360 mil para 600 mil unidades por ano.

Se há montadoras, há também fornecedores. A zona de desenvolvimento abriga sistemistas como Valeo (sistemas elétricos, lâmpadas, radiadores etc.), Faurecia (bancos e estofamentos) e Cummins (motores).

Com todos os recursos reunidos em um só lugar, Wuhan se fortalecia no cenário global do desenvolvimento automotivo com foco no futuro elétrico.

Portanto, os prejuízos causados pelo coronavírus não poderão ser calculados apenas pelos veículos e componentes que deixarão de ser produzidos, mas também pelos testes e avanços no setor de mobilidade limpa que serão adiados.

Os grandes números da indústria de Wuhan

• Produz 60% dos trilhos de alta velocidade da China

• Suas fábricas empregam 5 milhões de trabalhadores de outras regiões

• Com setores como microprocessadores e biomedicina, é a nona cidade chinesa com melhor desempenho em novas tecnologias, segundo o Instituto Milken

160 empresas japonesas estão presentes na cidade

• Com mais de 10 fábricas de veículos e cerca de 500 fabricantes de equipamentos, lá foram fabricados 1,7 milhão de veículos em 2018

• Base da Renault e da PSA na China

• A PSA tem três fábricas na cidade, com 2.000 funcionários

• A Dongfeng, segunda maior fabricante do país e parceira da Nissan e da Honda, foi fundada em Wuhan

Plataforma aeroportuária

Há voos diretos de Wuhan para: Europa, Oriente Médio e Estados Unidos

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