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Segundo a Mercedes, a Great Wall adquiriu “toda a fábrica de automóveis, incluindo terreno, prédios e equipamentos de produção”. Ou seja, a fabricante sediada em Baoding, metrópole do nordeste chinês próxima à capital Pequim, está mesmo se prontificando para produzir veículos em território brasileiro.

Em reportagem publicada na semana passada, a agência de notícias Reuters informou que a GWM teria realocado US$ 300 milhões (mais de R$ 1,5 bilhão) em investimentos que antes seriam feitos na Índia para viabilizar suas operações no Brasil. Parte desse recurso foi usada para ratificar a compra do complexo de Iracemápolis.

O valor pago especificamente pela compra da fábrica não foi revelado, mas a GWM já anunciou que deve fazer uma ampliação de sua capacidade produtiva, de 20 mil para aproximadamente 100 mil veículos por ano. 

A previsão é que 2.000 empregos diretos sejam gerados, mas não há transferência de pessoal da Mercedes para a GWM no acordo assinado entre as duas empresas. O acordo também exclui o campo de provas e o centro de testes construídos pela Mercedes-Benz na mesma cidade.

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Que SUVs a Great Wall produzirá no Brasil

SUV compacto-médio Haval Jolion seria uma boa pedida contra Compass, Corolla Cross e Taos

Mas, afinal, que montadora é essa que leva o nome em inglês do principal cartão-postal da China? Acredite, ela é quase tão gigante quanto as muralhas: uma das cinco maiores montadoras do atual maior mercado automotivo mundial, e detém o topo do ranking chinês em produção de SUVs e picapes. Isso diz muita coisa.

Só em 2020, foram 1,1 milhão de veículos de marcas vinculadas à Great Wall comercializados na China, o equivalente a mais da metade de todo o mercado brasileiro no mesmo período.

Engana-se, porém, quem pensa que se trata de uma empresa estatal. A GWM, na verdade, é uma operação privada, e não só isso: em 2003, tornou-se a primeira fabricante automotora da China a operar em regime de capital aberto, registrando sua Oferta Pública Inicial na Bolsa de Valores de Hong Kong.

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Atualmente, a companhia coloca em prática um plano de expansão global que passa por mercados emergentes como Brasil, Índia, Rússia e Tailândia. É o primeiro passo de uma estratégia ambiciosa que visa a, em médio e longo prazo, aventurar-se em mercados mais exigentes, como Europa e EUA, tornando-se a maior fabricante de SUVs e picapes no mundo. 

No Brasil, a aposta prioritária será em SUVs da marca Haval, com provável foco em dois produtos: o compacto-médio Jolion e o médio H6. 

O Jolion é um SUV com pouco menos de 4,50 metros de comprimento, porém com generosos 2,70 m de entre-eixos. É o atual modelo de entrada da Haval, que no Brasil concorreria com Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e VW Taos

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Compra de complexo de 1,2 milhão de metros quadrados que era da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) foi confirmada pela marca alemã

SUV médio H6 tem porte de Toyota RAV4

Seu motor é um 1.5 turbo sem injeção direta com cerca de 150 cv de potência e 22,4 kgfm de torque. O câmbio é automatizado de dupla embreagem com sete marchas, uma receita muito parecida com a do Caoa Chery Tiggo 5X e Tiggo 7.

Sobre a mesma plataforma, porém, há outro SUV com igual entre-eixos chamado Chitu, que traz sob o cofre uma calibração mais forte do mesmo motor 1.5, com injeção direta, 187 cv e 27,5 kgfm. Só o câmbio é o mesmo DCT7. O Chitu dispõe ainda de uma opção híbrida com 190 cv.

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Já o H6, embora tenha 2 cm a menos de entre-eixos, é um SUV com 4,65 m de comprimento. Seu porte se assemelha de um Toyota RAV4, Chevrolet Equinox ou Ford Territory, SUVs que ainda são homologados para cinco passageiros, mas são maiores que Compass, Corolla Cross e Taos, podendo ser considerados médios.

A família do H6 é formada ainda pelos SUVs F5, M6 F7 e F7x (cupê), tendo esses dois últimos um entre-eixos esticado para 2,72 m. 

Sua motorização utiliza o mesmo trem de força de Jolion e Chitu, porém em uma terceira especificação, de 171 cv e 29 kgfm. Também possibilita o uso de um 2.0 turbo com 227 cv e 39,3 kgfm, e de um conjunto híbrido que gera 243 cv e 54 kgfm.

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Picape Série P ou Poer está em segundo plano

Compra de complexo de 1,2 milhão de metros quadrados que era da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) foi confirmada pela marca alemã

Picape Série P está nos planos, mas não é a prioridade

Por fim, a picape chamada “Série P”, também conhecida como Poer, que é comercializada com a insígnia da própria Great Wall, não da Haval, e tem sido muito alardeada como um produto que a Great Wall traria ao Brasil. Ela está, sim, nos planos, mas não deve ser o modelo escolhido para iniciar as operações.

A Poer possui dimensões levemente maiores que as da Hilux: 5,36 m de comprimento (+4 cm), 1,88 m de largura e altura (+2 cm e +6 cm, respectivamente), e 3,23 m de entre-eixos (+14 cm). Sua capacidade de carga é de pouco mais de 1 tonelada, o que a permitiria ser vendida no Brasil com motores a diesel. 

O problema é que o propulsor 2.0 turbodiesel usado por ela na China rende 163 cv e 40,8 kgfm, bem abaixo do que as rivais existentes mercado brasileiro hoje já oferecem hoje

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