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Tanques não são exatamente sinônimos de agilidade, sendo mais conhecidos pela capacidade de ataque ou transporte de tropas até a área de combate. A maioria são veículos enormes, uma característica que poderia ser fatal em cenários urbanos de combate e outras situações. Mas, entre outros recursos, eles têm uma característica que os acompanha desde o início: a capacidade de manobrar sobre o próprio eixo. E isso é algo que a indústria automotiva está tentando replicar aos poucos.

O que faz um tanque ter essa capacidade é justamente a forma de transferência da força dele para o solo: as chamadas lagartas. Como podem ser acionadas individualmente, basta frear uma para deixar a outra fazer o movimento giratório.

Porém, nos carros isso exige uma outra solução. Carros que fazem manobras de retorno em espaços apertados exigem um ângulo de esterço mais do que amplo, tais como os famosos táxis pretos de Londres.

Há uma outra forma que ajuda a manobrabilidade, algo que está se tornando cada vez mais comum em utilitários, carros grandes e esportivos. É o eixo traseiro esterçante, um recurso que pode virar no sentido contrário das rodas dianteiras e, com isso, diminuir o raio de manobra do veículo.

De quebra, o eixo traseiro também pode acompanhar o esterço do dianteiro para aumentar a estabilidade a altas velocidades. Carros com o mesmo recurso já foram usados no passado, mas, diferentemente dos tempos atuais, suas rodas giravam ligeiramente no mesmo sentido das dianteiras por mecanismos mais simples, exemplo de buchas de borracha. Era o caso de um ou outro modelo trazido para o Brasil, exemplo do Citroën ZX.

Muitos protótipos e carros conceitos já apresentaram carros com os quatro eixos esterçantes. Em geral, são modelos criados para o trânsito urbano, automóveis que usam essa facilidade para estacionar em vagas cada vez menores.

Nada que tenha chegado ao mercado. É isso que está para mudar. A General Motors surpreendeu com a nova geração do Hummer em vários sentidos. A começar pelo uso de eletricidade, uma decisão que transformou uma marca beberrona em uma que consome muita energia, mas de uma forma mais sustentável.

A outra foi o modo caranguejo de andar. A enorme picape pode girar suas rodas em sentidos contrários para andar de lado, uma maneira de facilitar manobras em terrenos difíceis e outras situações. É uma bela maneira de dar alguma agilidade para o carrão de 5,5 metros. No entanto, elas não giram até 90 graus, por ora.

A marca norte-americana acaba de patentear o nome Sidewinder, mas a patente indica apenas que um mecanismo de direção. O nome tem vários sentidos, sendo mais conhecido por ser um míssil altamente manobrável das forças militares americanas, uma cobra do deserto e, o mais comum de todos, uma forma de denominar socos laterais no boxe.

Outras marcas seguem o mesmo caminho e não se furtam em associar suas futuras tecnologias ao mundo dos tanques. A fabricante de veículos elétricos Rivian já mostrou que o seu SUV R1S e a picape R1T podem fazer manobras como tanques. Isso permite girar os modelos em 360 graus rapidamente.

Mas como eles fazem isso? Em um carro normal, o sistema de transmissão de força para as rodas não permitiria facilmente fazer isso, uma vez que elas ficam presas ao conjunto. Isso é facilmente contornado em elétricos que possuem motores individuais em cada roda, porque não há, obrigatoriamente, a mesma limitação da transmissão.

Nascido como carro militar, o luxuoso Mercedes-Benz G elétrico também terá a mesma funcionalidade. É a melhor maneira de garantir que os grandalhões ganhem mobilidade, afinal, nada mais vexatório para um milionário do que ficar preso em uma pequena rua sem conseguir fazer o retorno.

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