Marcus Nakagawa é autor de livros e professor na área de sustentabilidade

O movimento para eliminar carros movidos a gasolina e diesel tem acelerado com a pandemia do COVID-19. Logicamente, tudo isso por conta das emissões de carbono dos automóveis tradicionais que não condizem com a tendência de limpar o meio ambiente. Pensando nisso, petroleiras dizem aumentar o interesse em combustíveis verdes.

Petrobras
No Brasil, a Petrobras pretende investir no setor US$ 1 bilhão, nos próximos cinco anos. A companhia quer também produzir querosene de aviação renovável, além de gasolina de nafta renovável com etanol. Para isso, a estatal estuda construir biorrefinarias no país e atualizar algumas refinarias. A TV Aurora conversou com o  professor de sustentabilidade da ESPM e escritor do livro ‘101 dias mais sustentáveis’, Marcus Nakagawa para saber sua opinião sobre as possíveis contribuições da Petrobrás por um mundo mais limpo.

101 dias mais sustentáveis

“A Petrobrás está seguindo o mundo e o mercado fazendo o investimento em energia limpa e verde. A empresa já faz investimentos na área há muito tempo, porém poderia investir mais fortemente no mercado deste tipo de energia. A união europeia já está trabalhando para acabar com o carro em combustão em 2035 e existe todo o movimento das empresas de transporte no Brasil para “eletrificar” a sua frota. A Petrobrás pode ser a grande impulsionadora do modelo de energia limpa no Brasil e na América Latina. Investir nesta área é o futuro”, destacou o professor de sustentabilidade.

Biogás

No interior de São Paulo, a Raízen, controlada por Shell e Cosan, inaugurou recentemente sua primeira planta de biogás, que usa resíduos de cana para gerar energia e gás biometano, usado para substituir o diesel em frotas pesadas. 

Placas Verdes
Enquanto isso, o Reino Unido iniciou, na semana passada, o registro de matrícula de Placas Verdes. O plano do governo britânico é encerrar as vendas de carros e vans a gasolina e a diesel em 2030. 

Business Ambition Pledge para 1,5°C
Mas essa meta não é apenas do Reino Unido. Organizações, indústrias e agências da ONU assinaram uma carta que incentiva as empresas, a nível mundial, a criarem medidas de combate às alterações climáticas. O documento visa a preservação do planeta, exigindo um compromisso com metas concretas que devem ser alcançadas em matéria de redução da emissão de gases com efeito de estufa, essenciais para travar o aquecimento global. Os principais objetivos do tratado são alcançar a transição para uma economia de baixo carbono e evitar o sobreaquecimento da atmosfera.

Carros elétricos

Durante a assinatura do tratado, a General Motors anunciou que vai acabar – até 2035 – com a emissão de poluentes fazendo a transição para veículos leves movidos por eletricidade ou por outro combustível sem emissões.  Para isso, a fabricante deve lançar 30 novos modelos elétricos até 2025.

O crossover Bolt EUV é o primeiro SUV elétrico da GM

GM

A expectativa é que, até o fim de 2025, 40% dos veículos  produzidos pela marca nos Estados Unidos sejam movidos por eletricidade. Atualmente, a Chevrolet vende o hatch Bolt, em versão única por cerca de R$ 260,00 e, agora no último domingo (14), lançou o crossover Bolt EUV (foto), seu primeiro SUV elétrico. 

Nissan

Já a Nissan anunciou que pretende se tornar uma empresa “carbono zero” até 2050. Por isso, vai mudar métodos de produção e iniciar um programa de reciclagem de baterias. Os planos incluem tornar a produção ecologicamente correta. 

Honda

Por sua vez, a Honda não aposta todas suas fichas nos carros elétricos e acredita num futuro com veículos híbridos. No Brasil, a montadora usa créditos de energia eólica para abastecer suas linhas de montagem e escritórios no país. A compensação de emissões com soluções baseadas em recursos naturais é mesmo caminho adotado por outras empresas, como por exemplo pela Shell, que aposta em projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. 

Enquanto isso, segundo a agência de notícias Reuters, a Apple tem como meta lançar seu próprio veículo em 2024, além de uma revolucionária bateria. Para isso, a marca trabalha em busca de uma montadora parceira para o projeto de ter um veículo elétrico e autônomo, desenhado e produzido pela marca da maçã. A intenção da Apple é ter um carro com nível 5 de condução autônoma, o que significa dizer que o modelo é capaz de acelerar, frear e fazer curvas sem intervenção humana.

Jetsons

Segundo relatos, o modelo utilizará o scanner lançado no iPhone 12 Pro, que é capaz de medir objetos e pessoas pela câmera. O sistema é chamado de LiDAR, uma sigla de Light Detection and Ranging. Por meio deste sensor, o veículo será capaz de medir as vias por onde trafega e criar um mapa tridimensional do percurso, tornando o sistema ainda mais seguro. A concorrente Waymo, da Alphabet, a dona do Google, trabalha atualmente na tecnologia de condução autônoma, e não em um automóvel.

Montadoras

Conforme a Folha de São Paulo noticiou, hoje (16), a Apple já sondou a Hyundai, a BMW e, agora mais recentemente, a Nissan, mas as negociações não avançaram. As montadoras têm receio de se tornarem a “Foxconn da indústria automobilística”, numa referência ao grupo que monta Iphones.

 

 

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