RIO – No começo de julho de 2020, as guias de turismo brasileiras Magali Albisser e Luci de Lima Strijbis, cada uma com 18 anos de Suíça, viveram uma experiência inédita em território helvético. Saíram de Zurique e subiram os Alpes a bordo de um carro elétrico. Esse estilo de viagem mais limpo e ecológico vem crescendo em diversos países europeus e ganhou, na Suíça, uma rota turística desenhada especialmente para veículos movidos a energia elétrica.

Desenvolvido pela autoridade turística do país, E-Grand Tour da Suíça é o primeiro no mundo voltado para carros elétricos. Ele percorre quase todo o território  nacional, passando por 1.600 quilômetros de estradas, 22 lagos, 12 patrimônios da Unesco e duas reservas da biosfera.

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Pelo caminho, o viajante encontra aproximadamente 300 estações de carregamento que garantem energia para os veículos em todo o percurso. Todas devidamente cadastrados no site e no aplicativo do roteiro. Muitas dessas opções ficam na rua, em estacionamentos ou mesmo em hotéis, que também são indicados pelo guia preparado pelo Turismo da Suíça.

Baseadas neste trajeto e na viagem que fizeram, há um ano, as recifenses Luci e Magali, que são sócias na agência de receptivo Guia Suíça, desenvolveram uma consultoria de viagem, para organizar a vida dos brasileiros — que já podem entrar no país, desde que totalmente vacinados contra a Covid-19 — que queiram ganhar as estradas suíças de maneira mais sustentável.

O carro usado pelas guias de turismo Luci e Magali na estação de recarga de um dos hotéis onde ficaram Foto: Acervo pessoal

— As diferenças para uma viagem de carro elétrico para um convencional são muitas, e começam já na hora de carregar a bateria do veículo, algo que a maioria dos viajantes brasileiros nunca teve a oportunidade de fazer — diz Luci. — O que mais me chamou a atenção foi o silêncio do motor, o que faz toda a diferença quando temos as montanhas e lagos como cenário. E a sensação boa de saber que estamos ali aproveitando sem causar grandes impactos negativos ao meio ambiente.

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Elas percorreram o trecho inicial do E-Grand Tour. A bordo de um modelo Golf elétrico, da Volkswagen, as duas saíram de Zurique, onde Luci mora (Magali vive em Lucerna), passaram por St. Gallen, e chegaram em St. Moritz, uma das cidades turísticas mais conhecidas dos Alpes. Por todo o caminho, encontraram bastante oferta de lugares para abastecer, ou melhor, recarregar o veículo.

—Todos os hotéis listados nesse circuito têm pontos para carregar a bateria, com o serviço incluído na diária. E mesmo quando precisávamos pagar, em estações espalhadas pela rua ou em estacionamentos privados, a taxa era sempre baixa, algo em torno de 15 francos suíços, mais barato que o que se gastaria com gasolina. Sem falar dos pontos de recarga gratuitos, abastecidos por energia solar. E, como o valor do aluguel é mais ou menos o mesmo para carros elétricos ou convencionais, a viagem se torna mais econômica assim — conta Luci.

O Golf modelo elétrico, da Volkswagen, usado pelas guias Luci e Magali em sua viagem pela Suíça Foto: Acervo pessoal
O Golf modelo elétrico, da Volkswagen, usado pelas guias Luci e Magali em sua viagem pela Suíça Foto: Acervo pessoal

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Para recarregar o carro, é preciso usar o aplicativo da construtora. Já os pontos de abastecimento são indicados pelo GPS do veículo e pelo aplicativo do E-Grand Tour. Por isso é bom estar sempre conectado durante a viagem. É importante observar também o gasto de energia ao longo da percurso, para não sofrer um “apagão” na estrada.

— A autonomia varia de marca para marca, de modelo para modelo. Mas algumas regras são comuns, como, por exemplo, quanto maior a velocidade, maior o gasto de energia. Por isso, o gasto é maior numa autoestrada do que subindo os Alpes, por exemplo. Nas montanhas, ainda há a vantagem de que as descidas ajudam a recarregar a bateria — conta a guia.

 

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