O valor residual dos carros a gasolina/gasóleo vai afundar nos próximos anos“, avisa Elon Musk, o presidente da Tesla, a norte-americana que é uma das mais destacadas fabricantes de automóveis elétricos e cujo valor bolsista já superou a soma da General Motors, Ford e Fiat-Chrysler. “É super importante“, diz Elon Musk, que quem comprar um carro nos próximos anos tenha noção de que, garante o empresário, está perante uma “escolha entre comprar um veículo elétrico ou perder muito dinheiro“.

O comentário de Elon Musk surgiu no Twitter, em resposta a um post criado por um analista britânico que falava sobre a proibição de veículos com motor de combustão interna (gasóleo e gasolina) no Reino Unido a partir de 2035. Em rigor, o que foi anunciado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, foi a antecipação em cinco anos da proibição da venda de novos veículos a gasolina e gasóleo, para acelerar a redução das emissões de carbono e combater as alterações climáticas.

O analista, que deixa claro na conta de Twitter (@SamTalksTesla) que também é investidor nas ações da Tesla, afirmava que “vários outros países” irão lançar proibições semelhantes, pelo que deixa a pergunta: “quem é que, no seu perfeito juízo, compraria um carro com motor de combustão interna depois de 2025 sabendo que o seu valor residual será zero?”.

Por essa razão, dizia o analista, quando se fala em “legado automóvel”, há que escolher entre escolher um veículo elétrico ou perder muito dinheiro. Elon Musk decidiu comentar, então, dizendo que esta é uma mensagem “super importante para os compradores de carros: o valor residual dos carros a gasolina/gasóleo vai afundar nos próximos anos”.

Já no ano passado, Elon Musk tinha dito que, ao contrário do que acontece, basicamente, com todos os automóveis, os carros elétricos feitos pela sua empresa vão conseguir ser “ativos que se valorizam com o tempo“. Graças a quê? Graças aos progressos que forem feitos com as capacidades do carro para a condução autónoma. Elon Musk deu a entender, no passado, que os carros da Tesla já vendidos vão sempre receber as novas atualizações desta funcionalidade mas que o custo dessa funcionalidade, para carros novos, irá aumentar “substancialmente” ao longo do tempo, ou seja, suportando assim o valor dos carros existentes.

A Tesla não é a única empresa a apostar neste segmento, é claro, já que a eletrificação desta indústria é vista cada vez mais como um cenário inevitável. A Ford garantiu que um terço dos seus veículos que andam na rua serão elétricos até 2030, a Volkswagen prevê vender um milhão de veículos elétricos por ano dentro de dois anos e a Volvo já indicou que em 2025 metade dos seus modelos serão elétricos.

Este debate intensificou-se em Portugal depois de o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, ter dito no início de 2019 que “hoje é muito evidente que quem comprar um carro diesel muito provavelmente daqui a quatro ou cinco anos não vai ter grande valor na sua troca”.

O ministro foi muito criticado por essas declarações mas não voltou atrás, defendendo que achou “avisado fazer este aviso”. “Não podemos voltar as costas ao futuro”, disse João Matos Fernandes numa entrevista posterior, ainda em janeiro de 2019, acrescentando: “Portugal não pode nem vai ficar de fora dessa transformação, está numa posição magnífica para estar na liderança dessa transformação”.



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