A tendência mundial do carro elétrico se alastrou
pelo Brasil devido à alta do valor do veículo a combustão e seu combustível. “Se
você observar o valor do veículo a combustão e todo seu custeio para
abastecimento, houve uma aproximação ao valor do elétrico”, destacou Aline
Gonçalves Santos, diretora da Associação Brasileira dos Proprietários de
Veículos Elétricos Inovadores – ABRAVEI.

De acordo com o Deputado Estadual Alexandre Xambinho
“o custo de abastecimento dos carros elétricos, como referência, é cerca de 80%
menor que o de automóveis com motor a combustão, usando como referência um
veículo à gasolina que consuma, em média, 10 km/l”. Dentre suas principais vantagens
a diretora destacou a emissão zero, redução da quantidade de peças nas
manutenções preventivas, liberdade e independência no carregamento (abastecimento).

Xambinho é o autor do Projeto de Lei (PL) 843/2021,
aprovado no ultimo dia (16), que decreta a isenção do Imposto sobre Propriedade
de Veículos Automotores (IPVA) por cinco anos e após o período a cobrança de 1%
do imposto. “O carro elétrico é seguro, confiável, tem baixo custo de
manutenção e é mais durável. Seu motor é menor do que os carros convencionais,
não emite ruído e nem gases poluentes, mas apresenta desempenho semelhante”,
destaca o deputado, completando as qualidades do motor elétrico.

Aline, que também é engenheira de telecomunicações,
explica que o alto valor na aquisição desses veículos é devido a diversos
fatores desde a matéria-prima, tecnologia embarcada e desenvolvimento de novas
baterias. “Atualmente os carros elétricos são importados, então além de todos
os custos acima se precisa incluir o câmbio. Quando todos os itens acima
estiverem disponíveis mundialmente em larga escala, o custo no produto final,
que é o carro elétrico, diminuirá”.

Mercado

A especialista justifica o baixo consumo de veículos
elétricos devido ao seu pouco tempo de mercado em solo brasileiro. “No Brasil
as concessionárias começaram a disponibilizar as opções elétricas somente agora
e as infraestruturas de postos de carregamento começaram a se expandir somente
nos últimos três anos”.

O Brasil ocupa a 4ª posição no ranking E-Bus Radar
do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), de países como mais veículos
elétricos da América Latina. Ao todo são 819 ônibus elétricos em circulação. De
acordo com dados do IEMA o uso de transporte elétricos em São Paulo impediu a
emissão de 27 mil toneladas de CO2. Atualmente a cidade conta com 237 ônibus
elétricos.

No estado do Espírito Santo, a utilização de carros elétricos ainda é muito embrionária, com poucos veículos. Aline Gonçalves pontua, ainda, os desafios que o Espírito Santo enfrentará na busca pela adaptação a essa nova tecnologia.

“O que precisamos no ES é aumentar a disposição de carregadores rápidos em, no mínimo, a cada 100 km a 100 km. Apesar de na maior parte do tempo os carros serem carregados em casa, é necessária a disposição desses postos carregadores para casos de viagens, longos trajetos, ou necessidades especiais de cargas”.

O
futuro já chegou ao ES

Em 2021 o Espirito Santo aderiu à tecnologia dos
carros elétricos. Em maio, o Governo do Estado adquiriu 10 veículos movidos a
eletricidade para compor uma frota de viaturas da Policia Militar. O Sistema
Transcol já apresentou o projeto de uma frota de veículos totalmente elétricos
para o segundo semestre de 2022.

Com relação à estrutura, uma das facilidades do
carro elétrico é que o seu proprietário pode recarregá-lo em sua própria
residência como um mínimo de adaptação, além de pontos públicos existentes na
cidade de Vitória, São Mateus, Nova Venécia e Guarapari, Venda Nova do
Imigrante, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares sendo possível que o capixaba
transite por quase todo o Estado sem se preocupar em não ficar sem abastecer
seu veículo.

A fim de impulsionar a compra de automóveis
elétricos e híbridos em solo capixaba, o Governo do Estado instaurou incentivos
fiscais através da PL 843/2021, do deputado Alexandre Xambinho, alterou a Lei
Estadual 6.999/2001, que dispõe sobre o IPVA.

 O deputado
justifica a isenção do imposto como um investimento a longo prazo “os impactos
na economia para o Estado serão vistos ao longo dos anos com a diminuição da
poluição, consequentemente a diminuição das doenças respiratórias, modernização
das frotas e consequentemente maior arrecadação, dentre outras melhorias”.

Esse foi o primeiro passo para o início da
substituição dos veículos movidos a combustão para elétricos e consequentemente
a diminuição de poluição atmosférica, visando à proteção do meio ambiente com a
redução dos impactos causados pela difusão de poluentes liberados por motores
que funcionam à base da queima de combustíveis fósseis.

Comercialização
dos motores elétricos

Aline Gonçalves possui um projeto de comercialização
de motores elétricos que busca tornar acessível o custo de produção. “Meu objetivo é provar que pode ser uma
alternativa à importação, mostrando que a economia local tem condições de
oferecer esses materiais e insumos”, detalha a engenheira.

O Fusca elétrico da
engenheira foi elaborado para uso urbano, o projeto prova a possibilidade de
adaptação de veículos movidos à gasolina/etanol em versões elétricas. O
investimento inicial foi de R$100 mil reais, incluso a compra e reforma de um
Fusca 1972. As características originais do carro foram mantidas e o motor
construído com peças totalmente nacionais.

O modelo necessita de
oito horas na tomada para ser carregado e pode rodar cerca de 50 km a 50 km/h.
“Ganhamos
2 editais de inovação e estamos investindo no upgrade e homologação do fusca”,
destaca Aline.

A diretora da ABRAVEI informa que o projeto de
comercialização dos motores elétricos 100% nacionais se encontra em pausa, “tivemos que parar com o projeto
para obtermos um produto mais desenvolvido a partir desses recursos conquistados”.



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